📵 Entre redes e raízes: educar filhos em tempos de hiperconexão
Vivemos em uma era em que estar online parece ser uma extensão da própria existência. Se a internet cai por alguns minutos, a ansiedade aparece. Se esquecemos o celular em casa, passamos o dia com a sensação de ter deixado um pedaço do corpo para trás. E quando, finalmente, chegamos de volta, somos recebidos com uma avalanche de notificações, mensagens e chamadas perdidas — como se o mundo não pudesse funcionar sem a nossa presença digital.
É nesse contexto que mães, pais e cuidadores tentam criar filhos. Em meio a feeds infinitos e fóruns lotados de conselhos, surgem dúvidas que parecem simples, mas que tomam proporções gigantescas:
"Qual a melhor maneira de educar?"
"O que posso ou não oferecer para comer?"
"Será que estou fazendo certo?"
E se eu errar?"
Sim, os grupos de apoio virtual são valiosos, acolhem e conectam. Mas às vezes, dá até a impressão de que logo alguém vai perguntar: “Como amar meu filho?”
👵 E antes da era digital?
Como era na época das nossas mães, avós e bisavós? Será que eram mais confiantes? Será que usavam a intuição com mais liberdade, sem precisar de validação a cada passo?
Talvez conversassem mais entre si. Talvez errassem, como todos nós. Mas uma coisa parece clara: a tomada de decisão na educação era menos mediada por filtros externos. Havia mais escuta da própria experiência, mais olho no olho, mais conexão com o que importava — com os filhos, com a vida real, com o cotidiano.
🌐 Tecnologia sim, mas com consciência
A globalização e a tecnologia nos oferecem ferramentas incríveis. Nos conectam com o mundo, ampliam horizontes, tornam o impossível possível. Mas educar continua sendo uma tarefa essencialmente humana. Intuitiva. Afetiva. Presencial.
Você pode até buscar inspirações online, trocar experiências, ouvir especialistas. Mas, na hora de decidir, o GPS que importa é o da sua própria consciência. O único algoritmo confiável é o do seu vínculo com o seu filho. A única rede que precisa ser alimentada todos os dias é a do afeto.
💬 E se desconectar for o primeiro passo para se reconectar?
Sim, educar filhos é difícil. É exaustivo. Não tem tutorial infalível. Mas é exatamente por isso que exige presença — presença de verdade, não digital. E, muitas vezes, o melhor conselho não virá de uma tela, mas da escuta silenciosa de quem você tem diante de si: seu filho.
📚 Para refletir
O educador e psicólogo Jesper Juul, no livro “Seu Filho Precisa de Você”, escreve:
“Crianças não precisam de pais perfeitos. Precisam de pais autênticos, disponíveis, que sejam espelhos confiáveis e humanos.”
Talvez seja esse o melhor lembrete em tempos de superexposição e superinformação: você não precisa ser perfeito — precisa ser presente.
Comentários
Postar um comentário